álbum

Nara (1964)

Romance Popular

1981

músicas / letras (clique nas músicas para ver as letras)

  1. Amor nas estrelas (Roberto de Carvalho / Fausto Nilo)

    No alto de uma montanha
    Existe um lago azul
    É lá que a lua se banha
    E até amanhã de manhã
    Me banha de luz
    A solidão é um Saara
    Que o Firmamento seduz
    E o céu brilha na Guanabara
    E sonha só fascinação
    Teu olhar me diz
    Vendo a lua dizendo pro sol
    Eu sou tua namorada
    Em meu quarto crescente é você quem brilha e me reluz
    Se você vai iluminar o Japão eu fico abandonada
    Num pedaço qualquer de canção na voz dessa mulher
    E o sol derrama um desejo do céu
    Nessa cama azul
    Um mel na tua boca e eu te beijo
    Até amanhã de manhã
    Me banha de luz

  2. Laranja da China (Fagner / Fausto Nilo)

    Areia branca
    Areia fina
    Vela no mar
    Luz cristalina
    Areia branca
    Areia fina
    Verde no mar
    Pôr-do-sol na salina
    Areia branca
    Areia fina
    Vela no mar
    Luz cristalina
    Risca no céu, meu amor
    Me alucina
    Areia branca
    Areia fina
    Vela no mar
    Luz cristalina
    E o meu amor adormeceu
    Lambendo o mel
    Longe da usina
    Areia branca
    Areia fina
    Vela no mar
    Luz cristalina
    Laranja da terra
    Coca-cola da China
    Laranja da terra
    Coca-cola da China

  3. Bloco do prazer (Moraes Moreira / Fausto Nilo)

    Pra libertar meu coração
    Eu quero muito mais
    Que o som da marcha lenta
    Eu quero um novo balancê
    O bloco do prazer
    Que a multidão comenta
    Não quero oito nem oitenta
    Eu quero o bloco do prazer
    E quem não vai querer?
    Mamãe, mamãe, eu quero sim
    Quero ser mandarim
    Cheirando gasolina
    Na fina flor do meu jardim
    Assim como o carmim
    Da boca das meninas
    Que a vida arrasa e contamina
    O gás que embala o balancê
    Vem, meu amor, feito louca
    Que a vida tá pouca e eu quero muito mais
    Mais que essa dor que arrebenta a paixão violenta
    Oitenta carnavais

  4. Seja o meu céu (Robertinho de Recife / Capinam)

    Seja o meu céu, seja o seu céu
    O céu azul do meu destino
    O céu de Ícaro e de Galileu
    O céu de coro nordestino
    Onde eu e Buñuel
    Procuro o fogo de Prometeu
    No caminho de Santiago
    Eu, Clarisse e Manuel
    Três Marias, Sete Estrelas
    Constelações dos meus cabelos
    No céu, no céu, no céu

    Com o meu baião estarei
    Desenhando um outro céu
    Com o meu baião estarei
    Desenhando um outro céu

    Onde brilhem os olhos seus
    Onde brilhem os olhos seus

  5. Romance popular (Stelio Vale / Chico Chaves / Fausto Nilo)

    Doido de zabumba
    Tonto de macumba
    Gira de cigano e vai
    Vai que toca fogo na cadeia
    E solta o passarinho pra cantar
    No peito da bumba a lua cheia
    No coração da bomba o que será?
    Será como um dançarino
    Vai no pino da canção
    E eu vou na direção do teu olhar
    No fim do canto fino da sereia
    Num verso de romance popular
    Vem de manhã sorrindo e me incendeia
    Que eu vou na direção do teu olhar

    Moreno menino
    Esqueça a cara do assassino
    Até teu masculino me alegrar
    No fim do canto fino da sereia
    Num verso de romance popular
    Eu rimo a solidão com a lua cheia
    E vou na direção do teu olhar

    Doido de zabumba
    Tonto de macumba
    Gira de cigano e vai

  6. Moça bonita (Geraldo Azevedo / Capinan)

    Moço bonito,
    O meu corpo cheira
    Ao botão de laranjeira
    Eu também não sei se é
    Imagine o desatino
    O teu cheiro de café
    Mas o meu cheiro é feminino
    É só cheiro de mulher

    Moço bonito,
    O teu olho brilha
    Qual estrela matutina
    Eu também não sei se é
    Imagina a minha sina
    É o brilho puro da fé
    Ou é só brilho feminino
    Ou é só brilho de mulher

    Moço bonito,
    O teu beijo pode
    Me matar sem compaixão
    Eu também não sei se é
    Ou pura imaginação
    Pra saber, você me dê
    Esse beijo assassino
    Nesses braços de mulher

  7. Por um triz (Clodo / Climério / Clésio)

    Digamos que é querer demais
    Que o laço que me prende a ti
    Resista ao temporal maior
    Não, meu bem, já é demais
    Digamos que é querer demais
    Que eu seja um espelho teu
    Já refleti dormente, contente
    O nosso amor
    O teu destempero me seduz
    Me conduz, me reduz
    Ao que sou e assim já é demais
    Se até hoje a gente foi feliz
    Como quis, por um triz
    Pra quê destruir a nossa paz?

  8. Traduzir-se (Fagner / Ferreira Gullar)

    Uma parte de mim é todo mundo
    Outra parte é ninguém, fundo sem fundo
    Uma parte de mim é multidão
    Outra parte estranheza e solidão
    Uma parte de mim pesa, pondera
    Outra parte delira
    Uma parte de mim almoça e janta
    Outra parte se espanta
    Uma parte de mim é permanente
    Outra parte se sabe de repente
    Uma parte de mim é só vertigem
    Outra parte linguagem
    Traduzir uma parte na outra parte
    Que é uma questão de vida ou morte
    Será arte?
    Será arte?
    Será arte?
    Será arte?

  9. Luz brasileira (Nonato Luís / Fausto Nilo / Carlos Moreno)

    Clara como a lua
    Rara como o ar
    Ai! Se eu fosse tua
    A tua luz no meu olhar
    Feliz da bandeira
    Que a voz desenhar
    Na luz brasileira
    Além da voz do sabiá
    Me espera, que eu quero ir
    Não chora, que eu volto já
    De quem vai, quero um “souvenir”
    De quem vem, quero um bem na cara
    Na cara, no olhar
    Coração da rua
    Canção popular
    Claro é como a lua
    O som da voz que faz brilhar
    Linda é a natureza
    Que rima em teu olhar
    Toda essa beleza
    De cada voz no singular
    Peri quer amar Ceci
    Aqui, ali, acolá
    De quem vai, quer um “souvenir”
    De quem vem, quer um bem na cara
    Na cara, no olhar
    Meu amor

  10. Cli-clê-clô (Fagner / Nara Leão / Fausto Nilo)

    Cli, eu penso em quimera
    Clô, acabado, fechado
    Clê, passarinho quero-quero
    Cli, um claro, um clarão
    Cli, clivagem, clima seco
    Lua nova, a origem de tudo
    Claro, clarão da lua
    Pôr-do-sol, coragem, partida
    Ida e volta, volta e ida
    Claro, clarão do sol
    Clamor, quero a vida aberta
    Clê, a chave do prazer
    Ciclâmen, meu bem, me chame
    No céu azul pra chover
    Me ame, chame o meu nome
    No meio do teu prazer
    Atrás de qualquer reclame
    Aquela voz pode ser
    Me ame, meu bem, me ame
    Me espere, eu vou com você

  11. Marinheira (Fernando Falcão / Fausto Nilo)

    Quando for de tardezinha minha companheira
    Na beira do rio lá nas Marinheiras
    Meus olhos vazios vão te espiar
    Lembra da lua saindo por trás da palmeira?

    O rio é profundo e a dor traiçoeira
    Tem dedos macios pra me pentear
    Nunca matei passarinho, esse é meu segredo
    Que a água do rio não pode escutar
    Viver sem carinho me mata de medo
    Eu sei que outro bicho vai te cobiçar
    Se a tua beleza adormece mais cedo
    Eu durmo com medo de nunca acordar
    Pois o teu cabelo me escorre entre os dedos
    E a água do rio vai te carregar
    Acho que foi num domingo, foi no derradeiro
    que eu senti no cheiro nascer meu penar
    Um cego, um menino veio me contar
    Trazendo a felicidade chegou um veleiro
    Nas cores mais lindas desse mundo inteiro
    Lá do meu terreiro eu pude avistar
    Uma formosa senhora de olhar estrangeiro
    Que o meu sete-estrelo pretende ofuscar
    Que luz irradia, arde o seu cabelo
    Como um pesadelo a me condenar
    Mudaram meu nome, cortaram minha veia
    E eu durmo com medo de nunca acordar
    Pois o teu cabelo me escorre entre os dedos
    E a água do rio vai te carregar

ficha técnica

Gravadora: Philips

Projeto artístico: Nara Leão, Raimundo Fagner e Fausto Nilo

Direção de produção: Raimundo Fagner e Fausto Nilo

Coordenação da produção: Mariozinho Rocha

Técnicos de gravação: João Moreira e Luiz Cláudio Coutinho

Auxiliares de estúdio: Alberto Cebolinha, Carlinhos, Charles, Julinho e Miguel

Mixagem: Ary Carvalhaes

Corte: Ivan Lisnik

Arregimentação e cópia: Clóvis Mello

Capa: Fausto Nilo e Frederico Mendes

Foto: Frederico Mendes

Arte: Mariano Martins

Arranjos: Menescal, Lincoln Olivetti, Robertinho de Recife, Oberdan, Fagner, Nonato Luiz e Eduardo Souto Netto

Violão e guitarra: Menescal, Robertinho de Recife, Fagner, Nonato Luiz e Robson Jorge

Baixo: Nando, Marcos Lessa, Novelli, Ife e Décio

Bateria: Edinho, Paulinho Braga, Candinho, Elber Bedaque e Pascoal Meireles

Percurssão: Ariovaldo, Cidinho, Márcio e Pascoal Meireles

Piano: Lincoln Olivetti, Cidinho e Eduardo Souto Netto

Coro: Emília, Jane, Míriam e Nara

Viola portuguesa e cavaquinho: Manassés

Violão de sete cordas: Dino

Acordeom: Oswaldinho

Gravado no período de 16 de março a 16 de abril de 1981 nos estúdios Polygram

Participação de Raimundo Fagner, gentilmente cedido pela gravadora C.B.S. (na faixa “Traduzir-se”)