álbum

Nara (1964)

E que tudo mais vá pro inferno

1978

músicas / letras

Quando pensamos em fazer um disco com as composições de Roberto e Erasmo Carlos, foi a partir do prazer que sempre senti em ouvir suas músicas. Menescal e eu passamos então a olhá-los não apenas como cantores, mas, sobretudo, como autores. Trabalhando detalhadamente, percebi uma coisa importante, que não tinha notado à primeira vista. Existem vários Roberto e Erasmo: o nostálgico, o adolescente, o da fixação no amor que não deu certo, o que canta o amor sensual e valoriza o encontro significativo, casual, que irrompe na vida do outro, desorganizando, desarrumando o arrumado de uma vida programada como uma camisa de força. Na escolha do repertório resolvi privilegiar o que me pareceu mais forte, positivo, o que leva para a frente procurando uma brecha, uma saída. A música de Roberto-Erasmo passa pela emoção, fala das coisas “sem importância”, do quotidiano, de forma clara, simples e direta. Não constrói uma visão do mundo nem define as coisas como devem ser. Não interpreta, relata experiências. Fazer um disco não é somente o ato de gravar. É o prazer de ouvir música, de tocar em casa. Cantar Roberto-Erasmo me fez ouvir velhos e novos compositores. A música de Roberto-Erasmo me fez redescobrir a música brasileira. Eládio, Helena, Roberto, Yara, vocês muito me ajudaram neste disco. Discutimos, curtimos juntos, nos divertimos. É sempre bom ter vocês comigo.
Um Beijo.

Nara