álbum

Nara (1964)

Coisa do Mundo

1969

músicas / letras

Coisa do mundo – O violão é do autor (Paulinho da Viola). Compositor da ala jovem da música popular brasileira. Sua formação musical, nitidamente marcada pela presença dochoro, que seu pai, ainda hoje é intérprete de destaque. Embora ligado às escolas de samba, Paulinho não esconde em momento algum seu espírito renovador.

Me dá... me dá – Do repertório de Carmem Miranda. Acompanhado pelo regional de Canhoto, o mesmo que em 1937 foi utilizado na gravação da referida inérprete.

Atrás do trio elétrico – O Trio Elétrico é um conjunto de guitarras que, do alto de um caminhão, percorre as ruas de Salvador, animando o carnaval baiano. Em seu itinerário é seguido por populares que cantam e dançam, formando um autêntico bloco carnavalesco.

Azulão – Manoel banderia é sem dúvida o poeta de que mais se valeram os compositores na busca de um tema para suas melodias. Talvez pela suave musicalidade imanente aos seus versos. Aqui uma parceria com Jayme Ovalle, das mais perfeitas, se é que assim se possa falar com relação a uma obra de arte.

Tambores da paz – De Sidney Miller, compositor também da ala jovem, lançado por Nara leãoem seu LP “Nara pede pssagem”. Com a mesma cantora, defendeu em 1967 sua composição “A Estrada e o Violeiro” no Festival de Música Popular da TV Record de São Paulo.

Parabién de la paloma – O violão é de Macalé.O autor chileno (Rolando Alarcón), embora relativamente pouco divulgado, é muito querido e pareciado por sua gente. Parabién é um gênero musical do Chile, podendo ser alegre e expansivo, ou amargurado (parabién triste), quase uma lamentação.

Pisa na fulô – A música, originalmente um baião, fala de uma festa na qual uma determinada dança atraía quem quer que a ouviesse. A nova roupagem com a qual ela é aqui apresentada, atualiza o tema, e o transfere para uma sociedade urbana e industrial.

Fez bobagem – Acompanhada pelo conjunto Terra Trio. O Autor Assis Valente, um dos principais responsáveis pelo repertório de Carmem Miranda, volta a ser cogitado, uma que sua bagagem musical, retrato fiel de uma época, não muito distante, constitui-se quase sempre numa crítica de fundo social, independentemente de sua intrínseca beleza.

Little Boxes – Folksong dos Estados Unidos, gravação de Pete Seeger. Critica com bastante humor o cotidiano da sociedade americana (american way of life), referindo-se sobretudo a uma camada social financeiramente privilegiada, que se sucede através das gerações.

Poema da rosa – Bertold Brecht, dramaturgo alemão, viveu de 1898 a 1956, legando-nos inúmeras obras de imenso valor. Inconformado com a injustiça social que presenciou e da qual foi vítima durante as guerras mundias que ocorreram em sua época, e que o marcaram profundamente. Serviu e ainda serve de base para a rebnovação do teatro contemporâneo. De sua peça “Mãe coragem”, traduzida por Augusto Boal, diretor e dramaturgo, foi extraído o poema citado, ganhando nova dimensão com a melodia criada pelo jovem violonista e compositor Macalé.

Apanhei-te cavaquinho – Acompanhada pelo conjunto Terra Trio. Ernesto Nazareth, notável compositor e músico, tocava piano para animar os intervalos do cinema Odeon, ocasiões em que era seguido por um cavaquinho que tentava, a todo custo, aliar-se ao pianista nas melodias que este interpretava. Certa vez, porém, Nazareth criou um tema que transcendia às possibilidades do pequeno instrumento que o caompanhava, e, numa série de volteios melódicos, acabou por se livrar do intruso. É o que Nara nos conta em sua letra.

La Colombe – Jacques Brel é um dos mais importantes autores franceses da atualidade. Seu destaque advém de um notável senso crítico e poético, além da maneira pela qual enfrenta com segurança a estrutura comercial da música popular, sobretudo a européia, sem no entanto fazer concessões ao verso fácil e às fórmulas vulgares de massificação.