
Opinião de Nara
1964
(clique nas músicas para ver as letras)
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Opinião (Zé Keti)
Podem me prender, podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não.
Se não tem água, eu furo um poço
Se não tem carne, eu compro um osso e ponho na sopa
E deixo andar, deixo andar
Fale de mim quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu
Podem me prender, podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião
Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não... -
Acender as velas (Zé Keti)
Acender as velas já é profissão
Quando não tem samba, tem desilusão
É mais um coração que deixa de bater
Um anjo vai pro céu
Deus me perdoe, mas vou dizer (2x)
O doutor chegou tarde demais
Porque no morro não tem automóvel pra subir
Não tem telefone pra chamar
E não tem beleza pra se ver...
E a gente morre sem querer morrer
Acender as velas já é profissão
Quando não tem samba, tem desilusão
E a gente morre sem querer morrer, e a gente morre sem querer morrer... -
Derradeira primavera (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Põe a mão na minha mão
Só nos resta uma canção
Vamos, volta, o mais é dor
Ouve só uma vez mais
A última vez, a última voz
A voz de um trovador
Fecha os olhos devagar
Vem e chora comigo
O tempo que o amor não nos deu
Toda a infinita espera
O que não foi só teu e meu
Nessa derradeira primavera -
Birimbau (Ritmo de capoeira) (João Mello e Clodoaldo Brito)
Zum zum zum
Capoeira mata um
Santo Antonio pequenino
É meu santo protetor
Cabra você não me assombra
Na capoeira sou doutor
Zum zum zum
Capoeira mata um
Bate o pandeiro caboclo
No jogo do berimbau
Berimba é pau é pau
De fazer berimbau
É pau.
Zum zum zum
Capoeira mata um -
Sina de caboclo (João do Vale e J.B. de Aquino)
Mas plantar prá dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não plantou nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmos os olhos cheios d'água
e com dor no coração.
Vou pro Rio carregar massas
pros pedreiros em construção.
Deus até tá ajudando
tá chovendo no sertão
Mas plantar prá dividir
Não faço mais isso, não.
Quer ver eu bater enxada no chão,
com força, coragem , com satisfação ?
e só me dar terra prá ver como é
eu planto feijão, arroz e café
vai ser bom prá mim e bom pró doutor
eu mando feijão, ele manda tractor.
vocês vai ver o que é produção
modéstia á parte, eu bato no peito
eu sou bom lavrador !
Mas plantar prá dividir
Não faço mais isso, não. -
Deixa (Baden Powell e Vinícius de Moraes)
Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixe o coração falar também
Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa , deixa
Deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim pra não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste -
Esse mundo é meu (Sérgio Ricardo e Ruy Guerra)
Esse mundo é meu
Esse mundo é meu
Esse mundo é meu
Esse mundo é meu
Fui escravo no reino
E sou
Escravo no mundo em que estou
Mas acorrentado ninguém pode
Amar
Saravá ogum
Mandinga da gente continua
Cadê o despacho pra acabar
Santo guerreiro da floresta
Se você não vem eu mesmo vou
Brigar
Esse mundo é meu
Esse mundo é meu -
Labareda (Baden Powell e Vinícius de Moraes)
Oh, labareda te encostou
Lá vai, lá vai, labareda
Oh, labareda te queimou
Lá vai, lá vai, labareda
Oh, labareda te matou
Lá vai, lá vai, labareda
Oh te matou de tanto amor
Lá vai, lá vai, labareda
Labareda
O teu nome é mulher
Quem te quer
Quer perder o coração
Rosa ardente
Bailarina da ilusão
Mata a gente
Mata de paixão
Labareda
Fogo que parece o amor
Tua dança
É a chama de uma flor
Labareda
Quem te vê assim dançar
Em teus braços
Logo quer queimar
Oh, labareda te encostou
Lá vai, lá vai, labareda
Oh, labareda te matou
Lá vai, lá vai, labareda
Te matou de tanto amor
Lá vai, lá vai, labareda -
Em tempo de adeus (Edu Lobo e Ruy Guerra)
Quando eu morrer
e é tão triste a gente ir (BIS)
Ter que deixar tanta esperança
tanta gente a quem amar
quem sabe alguém
pra me olhar
Quando eu morrer
e é tão triste a gente ir (BIS)
Ah, se eu pudesse
ter te encontrado
a dor da morte era assim igual
mas mil vidas dadas
uma só guardar
para viver sempre
toda sempre ao lado teu
Quando eu morrer
e é tão triste a gente ir (BIS)
Alguém escreva para mim
numa primavera qualquer
a palavra liberdade
junto ao meu desespero
de acabar
Quando eu morrer
e é tão triste a gente ir (BIS) -
Chegança (Edu Lobo e Oduvaldo Vianna Filho)
Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Trazendo na chegança
Foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
E uma quadra de esperança
Ah, se viver fosse chegar
Ah, se viver fosse chegar
Chegar sem parar
Parar pra casar
Casar os filhos e esoalhar
Por um mundo
Num tal de rodar por um mundo
Num tal de rodar
Trazendo na chegança
Foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
E uma quadra de esperança -
Na roda da capoeira (Folclore Baiano)
Menino quem foi teu mestre?
Menino quem foi teu mestre?
Meu mestre foi Salomão
A ele devo dinheiro,
Saber e obrigação.
O segredo de são Cosme
Quem sabe é são Damião.
Água de beber camará,
Água de beber camará, faca de cortar olê
Faca de cortar camará, ferro de engomar olê,
Ferro de engomar camará, perna de brigar camará -
Mal-me-quer (Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar))
Eu perguntei a um mal-me-quer
Se meu bem ainda me quer
Ela então me respondeu que não
Chorei, mas depois eu me lembrei
Que a flor também é uma mulher
Que nunca teve coração
A flor mulher iludiu meu coração
O meu amor
É uma flor ainda em botão
O teu olhar
Diz que ela me quer bem
O seu amor
É só meu
De mais ninguém...
Gravadora: Philips
Produtor: Armando Pitigliani
Técnico de gravação: Rogério Gauss e Joaquim Figueira
Engenheiro de som: Sylvio Rabello
Foto e layout de capa: Jânio de Freitas
Piano: Erlon Chaves
Baixo: Tião Neto
Bateria: Edison Machado